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terça-feira, 20 de outubro de 2020

Carta aberta ao vestibulando



 Olá Vestibulando,


Me chamo Tatiane e fiquei sabendo da sua história com a medicina, mas pode ser também com o vestibular. Ela é bem parecida com a minha trajetória e queria compartilhá-la com você na expectativa de que ela te traga um pouco de esperança e te ajude a organizar os sentimentos turbulentos advindos com essa fase.

Bom, a primeira vez que sonhei com a medicina foi aos 12 anos ao fazer um trabalho escolar sobre profissões. Continuei com esse sonho por um bom tempo, mas com o passar dos anos ele foi ficando de lado. Foi, então, aos 17 anos no 2° ano do ensino médio quando precisei decidir sobre o meu futuro que me fascinei pela medicina novamente e resolvi que seria médica.

Eu sempre gostei de estudar e minhas notas eram muito boas. Ia bem nos simulados e tinha certeza que seria capaz de passar no vestibular. Aos 18 anos depois do resultado das provas veio minha primeira reprovação e também a frustração. Mas eu não podia desistir desse sonho, já que quanto mais eu buscava informações sobre a profissão, mais eu ficava apaixonada pela rotina, pelos desafios e desejava viver a medicina.

Ainda que precisasse trabalhar, estudava para as provas e mesmo com as reprovações eu não desanimava e tentava novamente todos os vestibulares possíveis no ano seguinte. E foi assim por longos 6 anos. Até que em 2017, durante o processo de preparação para mais uma maratona de provas, acabei desenvolvendo sintomas de ansiedade. Não dei a devida atenção para eles e cheguei em um quadro de depressão. 

Esse foi um período muito difícil, pois precisei reconhecer que talvez tivesse chegado a hora de desistir do meu sonho e lidar com as consequências da minha decisão. Me senti sem chão pois me deparei com o fato de que abri mão de muitas oportunidades para ir atrás de um sonho que não se concretizou. Fui cruel comigo mesma e me culpei por não ter conseguido a aprovação em medicina e por ter feito aquilo com minha saúde mental.

Foram dias sombrios e só consegui me recuperar pois tive o apoio da minha família e amigos para buscar ajuda médica. Também foi essencial o acolhimento e suporte espiritual que recebi dos meus líderes e pastores. Todos eles foram um presente e prova do cuidado de Deus pois permaneceram e me apoiaram durante todo o processo.

Foi em meio a esse cenário que me permitir viver coisas novas e ver as coisas com outros olhos. Então, ao invés de me culpar passei a contabilizar o que aprendi durante essa jornada e descobri que o saldo era positivo pois foi um período de muito desenvolvimento pessoal e espiritual e que aprendi a olhar para as pessoas que me cercavam com mais atenção. Me tornei muito mais humana durante todos esses anos em que fui  vestibulanda e hoje sei dar valor ao que realmente é importante. Depois disso, também comecei um curso na área que já atuava, refiz meus planos e me permitir sonhar de novo. 

Atualmente, faz uns 2 anos que parei com o ansiolítico, estou prestes a me formar em Administração e estou cheia de planos para o futuro. Não posso dizer que foi fácil deixar tudo para trás, mas hoje estou convicta de que mudar a rota foi essencial para a minha saúde, bem estar e autoestima. E acredite, foi aí que descobri talentos e gostos que eu jurava que nunca faria parte da minha vida, haha. 

Não sei exatamente o que você pretende fazer em relação a medicina, mas se posso te dar um conselho em relação a isso é: avalie se realmente vale a pena continuar, se o processo custar a sua saúde mental dê uma pausa, olhe a vida ao redor e se permita ser feliz em outra área se for preciso. Pode ser que você se depare com surpresas muito boas na mudança de caminho. E o mais importante, não se culpe ou se martirize pelo que já passou (demorei para aprender essa valiosa lição e, infelizmente, isso me custou muito), tenho certeza que você deu o seu melhor durante todos esses anos. 

Eu sei que não é fácil lidar com a pressão e as dúvidas desse período da vida e espero, realmente,  ter te ajudado com as minhas palavras. 


Com Carinho,


Tatiane Kiill


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