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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Será que vou ter outra chance?


Eram duas horas da tarde quando Lucia ouviu o celular tocando, se levantou da cadeira em frente ao computador onde estava escrevendo e foi à cozinha procurar o telefone que não parava de tocar, quando o encontrou por baixo de uns papeis, com pressa o atendeu.

- Alô!

- Lúcia? Aqui é a Carina, preciso da sua ajuda, bati o carro, você não poderia me ajudar? Preciso de você. E começou a chorar... a voz dela estava ofegante.

- Calma. Foi a única coisa que ela conseguiu responder. Rapidamente pensou no texto que estava escrevendo, na bagunça da casa. Logo o seu marido iria chegar e ele odiava ver a casa desarrumada. Ficou com raiva dela mesma, pois tinha dormido por muito tempo e não tinha arrumado a bagunça. Olhou para o relógio, e pensou, se ela fosse rápida, talvez conseguisse voltar e arrumar tudo antes do marido retornar do trabalho. A amiga ainda estava chorando ao telefone.

- Lúcia, você está aí? Preciso da sua ajuda, amiga. É sério!

- Calma.

- Você já me pediu calma, eu preciso que você venha pra cá urgente.

- Onde você está?

- Eu não sei bem, você sabe como sou ruim para lugares, mas a rua é próxima a avenida Brasil, uma rua paralela.

- O que aconteceu?

- Eu bati o carro, eu já te falei. Vem pra cá logo, por favor!

- Mas você está bem?

- Bem, bem como? Eu não estou bem, senão não estaria ligando pra você, amiga.

- Ta bom, estou indo aí.

- Vem logo, amiga, estou precisando da sua ajuda.

Lúcia desligou o telefone, trocou de roupa, pois ainda estava de pijama, pegou os papeis que estavam jogados sobre a mesa da cozinha, levou para o escritório, tentou deixar algumas coisas no lugar, pegou a bolsa, procurou a chave do carro, fechou as janelas e salvou o texto que estava escrevendo, foi até o carro e lembrou que tinha deixado o leite fora da geladeira, voltou. Então, ela olhou para um livro que ela tinha deixado sobre a pia. Pegou-o e resolveu abri-lo.

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar a vida pelos seus amigos”.

- Ok, Senhor! Entendi o recado.

Rapidamente foi saindo de casa, trancou-a e entrou no carro manobrando-o o mais rápido que podia para ir ajudar sua amiga. No caminho foi falando consigo mesma.

- Fortalece-me, ajuda-me. E, por favor, eu peço, acalma o coração da Carina. Quero aprender a ser rápida em ajudar. Que seja feita a tua vontade. Amém.

Estava chegando perto da Avenida Brasil e pensou: em qual rua a amiga poderia estar? E disse em voz alta: Deus, me ajuda!

Sem perceber Lúcia estava próxima a um local onde tinha  um aglomerado de pessoas, foi se aproximando, conseguiu estacionar o carro e desceu, quando conseguiu passar pelos curiosos, pode ver o carro da amiga, mas antes de se aproximar perguntou para um homem que estava ao seu lado.

- O que aconteceu?

- Não sabemos muito bem, o que conseguimos ver foi um carro que perdeu o controle e bateu com muita violência contra o poste e agora a motorista só pede para aconversar com uma pessoa que se chama Lúcia.

- Mas... por que ainda não tiraram ela de dentro do carro?

- Parece que ela estava prensada nas ferragens e os paramédicos falaram que se tirarem ela daí, pode entrar em coma e até morrer, então ela pediu para esperar a Lúcia chegar.

Lúcia levou a mão a boca e os olhos se encheram de lágrimas, sentiu uma dor aguda no peito e por um instante pesou como seria viver sem sua amiga, sua melhor amiga, confidente, companheira. E bem devagar foi chegando perto do carro quando um bombeiro pediu para ela se afastar.

- Eu sou a Lúcia.

Todos olharam para ela, inclusive o homem que havia acabado de contar o que ele sabia sobre o acidente. Houve um silêncio.



Ela olhou para o carro, cada detalhe, destruído, amassado, as rodas, ela não queria olhar diretamente para a amiga, os passos foram devagar, e de repente ela encontra um sorriso largo e os olhos tristes. Era a sua amiga.

- Carina!

- Minha amiga, obrigada por atender o meu pedido, você sempre me ajudando, mas não quero ir embora sem antes te falar:

- Não fala nada amiga... fica calma.

- Você já me disse isso ao telefone, por favor me escuta.

Lúcia só olhou para amiga, deu um suspiro forte e esperou

- Você sempre esteve ao meu lado, me ajudou, me amou, se afastou quando achou que não poderia mais me ajudar, e eu fiquei triste nessa época, mas depois o tempo se encarregou de me ensinar e de me fazer entender a sua atitude...

Carina respirou fundo nesse momento, estava sentindo muita dor, os paramédicos foram ajudá-la, mas ela  pediu que eles esperassem um pouco mais. Lúcia ficou estática, não sabia o que fazer.

- ... depois fomos voltando aos poucos nossa amizade e você simplesmente me aceitou, me amou, estava ao meu lado novamente. E sabe de uma coisa, eu nunca te ajudei, nunca fiquei do seu lado, as vezes falei mal de você, e eu sei o quanto você já precisou de mim e não estive com você. Perdoa-me amiga?

Lúcia estava chorando, pois isso não importava naquele momento, ela sabia que por muitas vezes precisou da Carina, mas ela nunca pode ajudar, mas ela a amava de verdade, e gostava de estar ao seu lado, de conversar, de rir das palhaçadas dela e de ajudá-la sempre que ela precisasse.

- Carina, eu te perdôo e oro a Deus para que você volte para que possamos viver uma nova amizade, mais madura, que Deus nos dê essa chance... disse isso em meio as lágrimas.

A Carina ao ouvir essas palavras, desmaiou e os paramédicos pediram para a Lúcia sair para que pudessem tirá-la do carro e levá-la para um hospital.

A  Lúcia não conseguia ver mais nada sua visão começou a ficar escura , ela colocou as mãos sobre os olhos e quase desmaiou, alguns a ajudaram e levaram um copo da água para ela. Ela se sentou e olhando para uma mulher que brincava com uma criança, pensou: será que vou ter outra chance???

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