"Meu nome é Lara, tenho 40 anos e nasci em Cruzeiro do Sul PR, morei lá até meus 5 anos, quando eu e minha família nos mudamos para Herveira, eu e meus 3 irmãos tínhamos que ir à escola a pé todos os dias, estudei lá do pré até a 8ª série.
Até os 14 anos eu e meus irmãos não tínhamos acesso a “nada’’, nossa diversão era ir à igreja domingo e ficar umas horas na praça. Brincávamos na beira de um rio. Porém tivemos que vender o sítio em que morávamos porque ele era arrendado, então 50% de tudo que era plantado e colhido ia para o dono da terra, no caso meu vô, e os outros 50% eram dividos entre meu pai e meus dois tios.
Meu pai foi para Campinas em busca de emprego, pois tinha uma irmã que morava lá. Ele conseguiu emprego como frentista em um posto de gasolina e com isso alugou uma casa em Campinas e nos buscou em Herveira. Um dos primeiros choques ao chegar a uma cidade grande foi o fato de ter vários prédios e as casas serem uma do lado da outra.
Chegamos à campinas em maio de 1993, em setembro meu pai fez aniversário, 36 anos, e em outubro no dia 5 ele levou um tiro indo para o trabalho e morreu, foi uma enorme tristeza. Após isso passamos por um momento de grande sofrimento e dificuldades, não tínhamos dinheiro para pagar o aluguel da casa, nem para comida, nada. Meus primos que moravam aqui começaram a nos ajudar, pagando o aluguel, dando cestas básicas, e outras coisas. O salário da minha mãe como costureira não pagava nem o aluguel da casa.
Após um ano morando lá, um primo meu tinha comprado uma casa e fomos morar com ele de favor, e saímos do aluguel. No outro ano comecei a trabalhar como auxiliar de dentista e ganhava 100 reais, com 80 reais eu ajudava minha mãe com contas de casa e os outros 20 eu guardava na poupança, porque eu tinha o sonho de fazer uma faculdade.
Trabalhei por dois anos na padaria Planalto, no Jardim Yeda, e durante esse tempo eu terminei o ensino médio noturno. Depois disso eu entrei na faculdade, passei em jornalismo na PUC, eu estudava a noite e trabalhava de manhã, trabalhava de domingo a domingo e o tempo que me restava eu usava para estudar.
Fiquei em um período da minha vida dormindo de 5h a 2h e meia por noite, tentando conciliar estudo e trabalho. Durante esse tempo eu não comia e nem dormia direito.
Formei-me em março de 2001, a mensalidade da minha faculdade era 800 reais e meu primeiro emprego na área tinha o salário de 500 reais. Eu fiz vários bicos para juntar um dinheiro a mais e em um desses bicos eu trabalhei pelo Renovatus. Passou-se um semestre e eles me chamaram pra dar aula sobre ética cristã, assim meu salário seria maior que o de jornalista. Empenhei-me nisso, estudando até dar aula de filosofia para o ensino médio e o que eu mais gosto é de dar aula para o ensino médio!
Se eu falar pra vocês que, olha, como eu consegui chegar até aqui, eu não sei!
As coisas foram acontecendo, eu me dediquei muito na área de educação, eu gosto muito de dar aula, gosto muito dos alunos, acho a educação uma coisa fantástica! Há uns três anos a Fernanda que era diretora do Objetivo Vila Industrial me chamou para ser coordenadora, no início fiquei meio reticente porque não queria deixar de dar aula, mas ela disse que eu poderia dar algumas aulas normalmente, então eu aceitei! No início do ano passado ela foi convidada para assumir o Objetivo do Centro e ela me perguntou se eu queria assumir a direção daqui, e eu aceitei esse desafio."
Até os 14 anos eu e meus irmãos não tínhamos acesso a “nada’’, nossa diversão era ir à igreja domingo e ficar umas horas na praça. Brincávamos na beira de um rio. Porém tivemos que vender o sítio em que morávamos porque ele era arrendado, então 50% de tudo que era plantado e colhido ia para o dono da terra, no caso meu vô, e os outros 50% eram dividos entre meu pai e meus dois tios.
Meu pai foi para Campinas em busca de emprego, pois tinha uma irmã que morava lá. Ele conseguiu emprego como frentista em um posto de gasolina e com isso alugou uma casa em Campinas e nos buscou em Herveira. Um dos primeiros choques ao chegar a uma cidade grande foi o fato de ter vários prédios e as casas serem uma do lado da outra.
Chegamos à campinas em maio de 1993, em setembro meu pai fez aniversário, 36 anos, e em outubro no dia 5 ele levou um tiro indo para o trabalho e morreu, foi uma enorme tristeza. Após isso passamos por um momento de grande sofrimento e dificuldades, não tínhamos dinheiro para pagar o aluguel da casa, nem para comida, nada. Meus primos que moravam aqui começaram a nos ajudar, pagando o aluguel, dando cestas básicas, e outras coisas. O salário da minha mãe como costureira não pagava nem o aluguel da casa.
Após um ano morando lá, um primo meu tinha comprado uma casa e fomos morar com ele de favor, e saímos do aluguel. No outro ano comecei a trabalhar como auxiliar de dentista e ganhava 100 reais, com 80 reais eu ajudava minha mãe com contas de casa e os outros 20 eu guardava na poupança, porque eu tinha o sonho de fazer uma faculdade.
Trabalhei por dois anos na padaria Planalto, no Jardim Yeda, e durante esse tempo eu terminei o ensino médio noturno. Depois disso eu entrei na faculdade, passei em jornalismo na PUC, eu estudava a noite e trabalhava de manhã, trabalhava de domingo a domingo e o tempo que me restava eu usava para estudar.
Fiquei em um período da minha vida dormindo de 5h a 2h e meia por noite, tentando conciliar estudo e trabalho. Durante esse tempo eu não comia e nem dormia direito.
Formei-me em março de 2001, a mensalidade da minha faculdade era 800 reais e meu primeiro emprego na área tinha o salário de 500 reais. Eu fiz vários bicos para juntar um dinheiro a mais e em um desses bicos eu trabalhei pelo Renovatus. Passou-se um semestre e eles me chamaram pra dar aula sobre ética cristã, assim meu salário seria maior que o de jornalista. Empenhei-me nisso, estudando até dar aula de filosofia para o ensino médio e o que eu mais gosto é de dar aula para o ensino médio!
Se eu falar pra vocês que, olha, como eu consegui chegar até aqui, eu não sei!
As coisas foram acontecendo, eu me dediquei muito na área de educação, eu gosto muito de dar aula, gosto muito dos alunos, acho a educação uma coisa fantástica! Há uns três anos a Fernanda que era diretora do Objetivo Vila Industrial me chamou para ser coordenadora, no início fiquei meio reticente porque não queria deixar de dar aula, mas ela disse que eu poderia dar algumas aulas normalmente, então eu aceitei! No início do ano passado ela foi convidada para assumir o Objetivo do Centro e ela me perguntou se eu queria assumir a direção daqui, e eu aceitei esse desafio."
Alunos: Gabriel R., Gabriel F., Gabriel R. e Samuel
