Formação Ética
Formação Ética é o
título do livro de Yves De La Talle que fala sobre a cultura do tédio e indica
um caminho para a formação ética ou como ele coloca ao respeito de si. O livro
é dividido em duas partes o Plano Ético e o Plano Moral. Vou citar muitas
frases do livro aqui colocando como um diagnóstico da nossa sociedade líquida
(termo utilizado por Bauman). Depois vou fazer uma colocação dessa construção
de significado para viver bem consigo mesmo e com a sociedade. Nem sempre nessa
construção estaremos com a sensação de bem-estar, pois pensar, refletir,
entender em alguns momentos nos leva a angústia, a tristeza e isso não pode ser
descartado na nossa vida, se queremos uma vida com significa, com propósito
precisamos de momentos de silêncio, de reflexão, de angústia para então vivemos
uma vida feliz.
O Plano Ético
Segundo Yves De La
Talle estamos em uma cultura do tédio e para explicar essa afirmação ele
utiliza duas metáforas o Peregrino e o Turista que também foram utilizadas por
Zygmunt Bauman. Para De La Talle o peregrino é alguém que tem uma vontade, o
turista é alguém que tem uma esperança. Yves De La Talle quer nos alertar que o
homem na pós modernidade está vivendo como um turista, anseia por ir a um
lugar, explora o que pode desse lugar, quer ser servido o tempo todo e depois
de usar vai embora como se aquele lugar nunca o pertenceu. Vive-se em um mundo
fragmentado não se percebe o todo. Já o peregrino até o caminho que ele
percorre para chegar ao lugar é importante, pois ele anda, observa, cuida. O
Turista usa e joga fora, o Peregrino vive e cuida.
Ao olhar para esses
dois personagens vale uma reflexão, como é sua relação com o mundo? Como é sua
relação em casa? Como você tem se comportado como um turista ou como um
peregrino.
Para De La Talle o
turista é o exemplo do homem/mulher pós-moderno. E esta atitude de não
pertencer, de não cuidar de usar todas as coisas, o meio ambiente e até as
pessoas para a satisfação própria para depois jogar fora é que tem nos levado a
um vazio existencial sem precedentes.
Cultura do Tédio
Nossa sociedade ocidental está envolta em um clima de mal-estar
existencial. “A depressão leva ao suicídio. Ele é o último ato, cometido por
poucos, mas que certamente passa pela cabeça de muitos, que acabam por se matar
a pequenos goles ou tragos de diferentes drogas, ou se esquecendo da vida em
maratonas de divertimento”.
Quando falamos em tédio, falamos em perda de sentido. Para que
viver? A predominância do vazio talvez defina nossa época.
O Turista entra em um círculo vicioso que deseja bem-estar e não
leva a reflexão e felicidade. O turista não quer parar para apreciar, não quer
pensar nas questões a sua volta, não se aprofunda nas relações, pensando assim
evitar a tristeza e o mal-estar, mas essa atitude o leva exatamente para o
lugar que ele tanto deseja evitar – o tédio.
O que precisamos? De direção e significado.
Uma vida
com sentido é uma vida significativa.
O que fazer da própria vida?
A construção de um projeto de vida necessita a intensão de
realizar alguma coisa e é inevitável a sua relação com os valores. Para a construção
de algo precisamos fazer escolhas e essas escolhas precisam da mediação
afetiva. Mas para o homem realizar escolhas conscientes ele precisa ser
autônomo, neste momento recorremos a Kant o homem precisa sair da menoridade
para a maioridade. Para alcançar a maioridade ou a autonomia o homem/mulher
precisa entrar em um longo percurso de desenvolvimento pessoal, pois a
autonomia é característica de pessoas mais velhas, pessoas que conseguiram
superar parte de suas dependências heterônomas.
Responda as seguintes perguntas:
Quem eu quero ser?
Que vida eu quero viver?
Na próxima
postagem vou falar sobre o que é para mim, uma vida significativa.
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