quarta-feira, 24 de julho de 2019
Joceline - Histórias Importam
“Meu nome é Joceline, mas todos me chamam de dona Jô. Tenho 58 anos, estou em Campinas desde os 18. Eu nasci em Pernambuco e morei em uma “cidadezinha” chamada Bom Conselho. Minha infância não foi fácil, estudei até os 7 anos, porque meus pais não tinham dinheiro, nem para comprar um lápis e também eu não tinha nenhum calçado para ir à escola e as outras crianças, por esse motivo, caçoavam de mim. Fui trabalhar na “roça” com o meu pai e meus irmãos, que também trabalhavam desde muito novos. Meus pais, não tinham nem estudo e nem dinheiro, trabalhavam muito, durante o ano todo, faltavam muitas coisas, mas nós não ligávamos, o importante nunca faltou: o amor e carinho deles.
Quando eu fiz 16 anos as coisas ficaram mais escassas, foi logo quando tivemos que mudar de Bom Conselho. Na época não entendia muito bem, mas me lembro das palavras do meu pai: “o serviço, por aqui, acabou ”, fomos morar em outro lugar e as coisas iam de mal a pior.
Com 18 anos, vendo aquela situação, resolvi vir para São Paulo de ônibus, tentar uma vida melhor, mas sofri muito tendo que deixar tudo que amava para trás... O ônibus em que vim era baixa qualidade, eu estava muito mal e com o coração partido por deixar minha terra. Chegando em São Paulo, na cidade de Rio Claro, encontrei duas de minhas irmãs que já residiam lá e buscavam uma melhora de vida. Quando cheguei, elas estavam tentando arrumar emprego para mim e me obrigando a achar um homem para me casar e ter uma vida melhor.... Pois bem, eu encontrei esse homem que fez a minha vida mudar, era um mineiro.
Com 20 anos me casei e já estava grávida da minha primeira filha, mas a vida ainda tinha coisas a me ensinar. Eu e meu marido nos mudamos para Campinas, pelo fato de ele ter conseguido um serviço muito bom, com trens. Cheguei na rodoviária era tudo novo, meu marido já conhecia a cidade, pois sua irmã já morava no município.
Aos 26 anos, casada e com duas filhas, vivi bons anos, aqui em São Paulo, tudo estava indo muito bem, mas meu pai veio a falecer e precisei viajar, com o meu marido, de volta para Bom Conselho, para velar meu pai.
Com 42 anos a minha vida deu mais uma reviravolta.... Eu estava viúva do homem que foi meu alicerce durante toda essa jornada, sofri por 9 anos e nesse período minha mãe veio a falecer também. Com minhas filhas crescidas e com seus rumos tomados eu voltei ao Nordeste e passei alguns meses por lá, mas voltei, pois Campinas já havia se tornado a minha casa. Em Campinas abri um negócio, dentro da minha própria casa, para ajudar as pessoas que estão se mudando de estado e precisam guardar suas bagagens, até efetivamente se estabelecerem em algum lugar. Hoje em dia eu tenho dois caminhões que auxiliam nas mudanças, pois me compadeço com o sofrimento dessas pessoas, já que passei pelo mesmo...''
Alunos: Bruna, Júlia e Vinicius
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postagem em destaque
Série - APRENDENDO A ESTUDAR - DICA #5
Se liga nessa dicas divertida de estudos!
-
Estou de volta com as histórias aventurescas da Lara rsrsrsrrs... Nasci na cidade de Cruzeiro do Sul, quem nasce em Cruzeiro do Sul é: ...
-
Tem um livro que eu fui tocada na alma quando o lí, ele se chama Pés como os da corça nos lugares altos. É um livro pequeno, escrito pela m...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe suas palavras nesta Torre!