A conversa
- Filha, eu e o seu pai queremos
conversar com você.
- Sim, mãe. O que vocês querem
falar?
Eles se sentaram no sofá da sala, os
pais de Juliana sentaram juntos na poltrona maior e Juliana logo a frente deles
na menor. Ela olhou para eles esperando para ouvir, até pensou que fosse alguma
repreensão.
- Querida, nós ficamos muito felizes
de você ter nos convidado para assistir sua peça, queríamos falar com você há
algum tempo, mas não sabíamos como. Notamos uma mudança na sua vida e isso nos
deixou muito felizes e ao mesmo tempo curiosos para saber o que teria provocado
isso.
Juliana ficou assustada olhando para
eles, ela sempre quis que os pais fossem a igreja com ela, mas não tinha idéia
que eles queriam ir, ela tinha medo de convidá-los. Nesse momento o pai começou
a falar.
- No início eu fiquei muito
preocupado com você. Fiquei com medo também, pois ouvia os outros falarem que
igreja evangélica fazia lavagem cerebral e só pedia dinheiro. Então fiquei
observando pra saber se você levava dinheiro pra lá. Mas ao contrário você
mudou bastante em casa e eu e sua mãe começamos a conversar sobre essa mudança
e ficamos curiosos para conhecer o lugar onde você estava indo, todo o sábado e
domingo.
O silêncio tomou conta do lugar, os
olhos da Juliana se encheram de lágrimas, a mãe também estava chorando, por
alguns segundos ficaram se olhando tentando entender aquele momento de diálogo
que há muito tempo não existia entre eles. Foi a Juliana quem quebrou o
silêncio.
- Vocês são muito especiais pra mim.
Por muito tempo nós brigávamos muito, por isso quando comecei a ir à igreja
pensei que vocês não iriam aprovar, por isso não os convidava para ir comigo.
Até tentei algumas vezes. O meu medo era não ser aceita, ou vocês me proibirem
de ir, essas coisas. Mas estou muito feliz! Muito feliz mesmo.
A mãe de Juliana estava chorando e o
pai a abraçou e disse:
- Nós também estamos felizes, filha.
Queremos ir à igreja com você todos os domingos, precisamos entender muita
coisa, mas sei que com o tempo vamos aprender. E nós queremos nos desculpar.
- Desculpar. Juliana ficou pensando.
Por quê?
Nesse momento a mãe começou a falar.
- Muitas vezes nós só brigávamos com
você, gritávamos, pois estávamos perdidos com a mudança pela qual você estava
passando. Nunca paramos para te ouvir, para conversar, como estamos fazendo
hoje. Perdoa-nos filha, erramos. Mas erramos com a intenção de acertar, nós
amamos muito você.
Foi inevitável segurar as lágrimas e
aos prantos Juliana foi até os pais e os abraçou e disse que os amava muito e
que ela também precisava pedir perdão, pois por muitas vezes mentiu pra eles. O
pai também chorou e foi um momento maravilhoso e cheio de emoção. Mas o que
moveu aquele momento e o fez único foi a presença de Jesus naquela família.
A partir desse dia muita coisa mudou
na casa da Juliana, ela e os pais começaram a conversar mais, ainda havia
algumas brigas. O irmão continuava pentelhando, mas Juliana começou a ter um
pouquinho de paciência com ele. Porém de vez em quando ela gritava e ficava
muito brava.
Na escola, algumas mudanças...
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