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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Aula 1 - Filosofia - tema Ética

Aula: Pós-verdade

 


Filósofos: Platão, Aristóteles

Tags: Fake News, Pós-verdade, ètica, Sinceridade, Mentira, Reportagem.

Tarefa inicial
Identifique se esta notícia é uma “Fake News”?
Notícia 1
Achado corpo de Eliza Samudio
Um dos casos mais confusos do cenário policial nacional foi solucionado. A ossada de Eliza Samudio, supostamente assassinada pelo ex-goleiro Bruno, foi encontrada em área da Infraero, ao lado de um aeroporto, segundo texto compartilhado nas redes sociais. Um exame de DNA deverá ser feito para confirmar definitivamente a ossada é de Eliza. “O corpo estava bem próximo do terminal de embarque dos passageiros. A certeza que a ossada seja dela é do depoimento que o primo do ex-jogador deu, informando que o corpo tinha sido enterrado em uma mata próxima ao aeroporto”, diz a mensagem.

Leitura
Fake news, uma ameaça reconhecida por 83% dos brasileiros
Seis em cada dez pessoas ouvidas em pesquisa, no entanto, dizem não se preocupar em checar a veracidade das notícias antes de compartilhá-las

'Fake News passaram a ser uma das maiores ameaças à democracia', diz senador

·         COLUNA DO FRAGA
·         Mariana Londres, de Brasília
Para o segundo vice-presidente do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), as fake news se tornaram grande ameaça à democracia, impulsionadas pelas redes sociais. Na avaliação do vice-presidente, a propagação de boatos e notícias falsas deve acontecer de forma intensificada nas Eleições de 2018. O senador defendeu maior punição a quem espalha notícias falsas.
— O indivíduo que espalha notícia falsa comete crime de difamação, a punição deve ser agravada porque o prejuízo passar a ser de toda a sociedade. O princípio básico da comunicação social está na verdade da notícia. A divulgação de fato inverídico tem efeito danosos. A fabricação de notícias é crime que deve ser combatido com a responsabilidade e firmeza. Mancha numa figura pública não se conserta com uma simples retratação.
Souza participou nesta terça-feira (12) da abertura do Seminário Fake News e Democracia, promovido pelo Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional representando o presidente do Senado, Eunício Oliveira.
Para o presidente da Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), Márcio Novaes, que participou de um dos paineis do seminário, é importante combater as fake news.
— Os instrumentos estão dados,  precisamos combater as fake news na prática. É assim que a gente constrói uma imprensa, não só livre, mas com credibilidade.
Novaes lembrou que a liberdade de expressão está garantida pela Constituição Federal, mas o anonimato não.
— A Constituição é sábia, a liberdade de expressão é um direito, mas é vedado o anonimato.
O gerente de opinião do portal R7, Domingos Fraga, no painel sobre plataformas digitais, lembrou que a discussão é urgente no Brasil.
— Essa discussão é importante mas já é um pouco tarde porque a gente viu o que aconteceu nas eleições americanas. É importante lembrar também que Google e Facebook têm que ser responsabilizados também pelo que distribuem.

Assista

Atividade/ debate
ð  Você reproduz como verdade tudo o que te falam, sem antes checar se aquela informação é verdadeira?
ð  Você já foi vítima de fofoca?
ð  Você já ficou com raiva de uma pessoa e passou a evita-la e olha-la com desprezo por causa da fala de uma pessoa acusando-a de alguma coisa?
ð  Você já se enganou a respeito de alguém?
ð  Você “acredita” que, às vezes, seu santo não bate com outra pessoa e por isso não se aproxima dela?
ð  Você sabe me dizer o que injuria, calúnia e difamação?

Calúnia

Calúnia é o que ocorre quando alguém atribui de forma mentirosa um crime ou ato criminoso à outra pessoa.
A calúnia parte da mentira sobre o ato de alguém. Não existe calúnia sem mentira sobre este ato. Dizer que alguém cometeu um crime sem que este alguém tenha, de fato, feito isso é um crime de calúnia.
A calúnia só ocorre quando a pessoa explicitamente falou sobre o falso crime. É calúnia dizer que alguém matou outra pessoa sem tê-lo feito. Chamar alguém de assassino, no entanto, é um injúria.

Injúria

A injúria é uma ofensa direta à dignidade de alguém, especialmente a subjetiva, não importando a veracidade da ofensa.
A injúria é popularmente conhecida como o “xingamento” popular, que não é afetado se a ofensa é verdadeira ou falsa. Ela, portanto, ofende a pessoa, fazendo-a sentir-se abalada em relação a si mesma. Mesmo que o xingamento não afete a visão da sociedade sobre a pessoa, ela afeta a visão do xingado sobre sua própria personalidade.

Difamação

A difamação é uma ofensa à reputação da pessoa, atingindo exclusivamente a honra objetiva do indivíduo.
A difamação pode ser entendida como o outro lado da injúria. Enquanto a injúria afeta o que a pessoa pensa sobre ela mesma, a difamação tem o objetivo e o resultado de afetar o que a sociedade pensa daquela pessoa.
Ela não atinge a autoestima do ofendido, mas perpetua-se com uma informação falsa sobre ela e afeta a forma como as outras pessoas convivem com o ofendido. Difere, também, da calúnia, no sentido em que não envolve a imputação de um crime ao ofendido.

Vamos estudar os filósofos – o tema é Ética

Platão
Platão propõe uma ética transcendente, dado que o fundamento de sua proposta ética não é a realidade empírica do mundo, nem mesmo as condutas humanas ou as relações humanas, mas sim o mundo inteligível. O filósofo centra suas indagações na Ideia perfeita, boa e justa que organiza a sociedade e dirige a conduta humana. As Ideias formam a realidade platônica e são os modelos segundo os quais os homens têm seus valores, suas leis e sua moral. Conforme o conhecimento das ideias, das essências, o homem obtém os princípios éticos que governam o mundo social.

O uso reto da razão é entendido como o meio de alcançar os valores verdadeiros que devem ser seguidos pelos homens. No mito da caverna, o filósofo expõe a condição de ignorância na qual se encontra o homem ao lidar com o conhecimento das aparências. Somente pelo conhecimento racional o homem pode elevar-se até as Ideias, até o Ser e conhecer a verdade das coisas. Isto se dá através do método dialético, o qual elimina as aparências e encontra as essências, a verdade no conhecimento das coisas. Este método filosófico tem por finalidade libertar os homens da ignorância e levá-los ao conhecimento de ideia em ideia, até alcançar o conhecimento da Ideia Suprema: o Bem. As outras ideias participam desta e devem sua existência a esta.

O Bem ilumina o ser com verdade, permitindo que seja conhecido, assim como o Sol ilumina os objetos e permite que sejam vistos – nota-se aqui a analogia entre Bem e Sol apresentada no mito da caverna. Existem diversas ideias e é devido à participação nestas, mesmo que enquanto cópia imperfeita, que se fez possível o mundo sensível. Ao contemplar a ideia do Bem, o homem passa a sofrer as exigências do Ser, isto é, suas ações devem ser pautadas conforme a ideia contemplada.

A alma humana – de suma relevância para a ética platônica- é tripartite, isto é, forma-se pela inteligência, pela irascibilidade e pela concuspiscência. Tal como as partes da cidade ideal, cada uma das partes da alma possui suas funções específicas que não podem ser exercidas por nenhuma das outras partes. Cada uma das partes da cidade e, por analogia, cada uma das partes da alma, possui uma função própria a qual pode ser executada com excelência ou não, e, ao executá-la com excelência, sua virtude própria é exercida.

A virtude é definida, pois, como capacidade de realizar a tarefa que lhe é inerente. No caso do governante da cidade e da alma racional, a virtude inerente aos mesmos é a sabedoria; no caso dos guerreiro e da parte irascível da alma, a virtude que lhes é própria é a coragem; por fim, no caso da parte concupiscente da alma e dos produtores de bens da cidade, a virtude própria é temperança. Dada a posição de cada classe, pode-se definir a justiça como cada parte fazendo o que lhe compete, conforme suas aptidões. Portanto, ao estabelecer uma relação de analogia entre a sociedade e indivíduo, Platão define o conceito de justiça – o qual seria também concebido como princípio de equilíbrio do indivíduo e da sociedade – e o liga ao conceito de virtude.

O sentimento de justiça é, pois, a virtude maior cujo valor ético guia as condutas dos homens. Para que esta virtude seja alcançada, o homem deve buscar o bem em si mesmo, porque ele realiza o ideal de justiça, tanto com relação ao bem individual quanto social.

A ética platônica ocupa-se com o correto modo de agir e sua relação com o alcance da felicidade. Contudo, o discurso ético apresentado na República acerca da felicidade relaciona esta com o conceito de justiça. O problema da justiça enquadra-se no âmbito político, o qual tem estreita relação com o campo da ética: é deste modo que surge a tese central de que só o justo é feliz. No diálogo República, buscando a constituição da cidade ideal, surge o problema cerne acerca da definição da justiça para que se pudesse, posteriormente, definir o que é a justiça tanto no indivíduo quanto no Estado. Há, pois, um paralelo entre Estado e indivíduo a fim de que se encontre a definição de justiça.

Para Platão, a sociedade seria como algo orgânico e bem integrado, como uma unidade construída por vários elementos independentes, embora integrados. A cidade forma-se por três classes, como já apontamos, e cada classe possui sua função específica. Deve-se notar que tais funções são determinadas conforme as aptidões naturais de cada membro da cidade. O objetivo desta divisão é mostrar com mais clareza como ocorre o mesmo na alma humana. A finalidade da cidade justa e boa é, então, propiciar a felicidade do indivíduo ao viabilizar a prática de suas virtudes, de suas aptidões específicas.

Devemos ter em mente que a virtude correspondente a cada classe da cidade e a cada parte da alma humana deve ser ensinada visando a realização do ideal da polis. Esta educação embasa-se no método dialético ascendente, o qual liberta o homem dos sentidos e o eleva até o mundo inteligível, até o ponto mais claro do Ser, a ideia do Bem. Após contemplar o Bem diretamente, o filósofo deve retornar à cidade que lhe propiciou educação de modo a guiar os outros cidadãos da ignorância ao conhecimento racional.

As ideias – das quais se originam as cópias sensíveis – são, pois, existentes em si e por si, são realidades universais, eternas, imutáveis. Por tais motivos, são os modelos a serem seguidos, são paradigmas para a construção da cidade ideal e para a educação moral, política e espiritual do homem. Além do mais, são ordenadoras do cosmos.

Fica evidente que a proposta de Platão liga-se, principalmente, às ideias de Justiça e do Bem – este último é o supremo valor que sustenta a justiça com relação à organização política e à conduta individual. O equilíbrio entre as três partes componentes da alma e da cidade gera equilíbrio, harmonia e leva à felicidade. Assim, Platão busca por definições gerais, universais, imutáveis, eternas, existentes por si mesmas: as Ideias. Como veremos adiante, tal busca é oposta à busca aristotélica pela virtude ligada à aplicabilidade desta.

Aristóteles
filosofia aristotélica constitui uma visão sistemática e integrada do conhecimento, com a valorização da ciência empírica, da ética e da política. Aristóteles divide o conhecimento da seguinte forma: prático (práxis), produtivo (poiesis) e teórico. O conhecimento prático abrange principalmente o estudo da ética e da política. A ética é um saber prático e pressupõe três elementos fundamentais da filosofia aristotélica: o uso correto da razão, a boa conduta (eupraxia) e a felicidade (eudaimonia).
            Aristóteles desenvolveu uma reflexão ética perguntando-se sobre o fim último do ser humano. Para o quê tendemos? E respondeu: para a felicidade. Todos nós buscamos a felicidade. E o que Aristóteles entende por felicidade? Uma atividade conforme a razão – realização do que há de mais característico do ser humano – e a virtude (ARISTÓTELES, 1987, Livro I). “A felicidade é, para Aristóteles, a atividade da alma segundo sua virtude (excelência). E tal virtude, ou excelência, reside na sua atividade racional” (FERRAZ, 2014, p. 43).

Para Aristóteles a felicidade está ligada à atividade humana, sendo um tipo de atividade em conformidade com a “reta razão” e com a virtude (areté). Isso quer dizer que a vida virtuosa é racional. A felicidade implica a educação da vontade em conformidade com os princípios racionais da moderação e, finalmente, está fundamentalmente ligada à política, uma vez que o homem é definido como animal político e sua conduta ética tem expressão na pólis e a partir dela é julgada. É na sociedade – na pólis – que os homens podem alcançar o bem supremo: a felicidade, daí porque, em Aristóteles, ética e política são inseparáveis.

A importância dada por Aristóteles à vontade racional (a vontade guiada pela razão como elemento fundamental da vida ética), à deliberação e à escolha o levou a considerar uma virtude como condição de todas as outras e presente em todas elas: a prudência ou sabedoria prática. O prudente é aquele que, em todas as situações, é capaz de julgar e avaliar qual a atitude e qual a ação que melhor realizarão a finalidade ética, ou seja, entre as várias escolhas possíveis, qual a mais adequada para que o agente seja virtuoso e realize o que é bom para si e para os outros.
        Também devemos a Aristóteles outras contribuições importantes no campo da reflexão sobre a ética e a moral, principalmente a partir de sua obra Ética a Nicômaco, onde o mesmo procurou refletir sobre as virtudes que constituiriam a arete (a virtude ou excelência ética) e a moralidade grega. Com sua bem conhecida teoria da virtude como justa medida, Aristóteles distinguiu vícios e virtudes pelo critério do excesso, da falta e da moderação. Eis um pequeno esboço que encontramos das virtudes e vícios correlatos em sua obra:
Vício por falta
Virtude
(meio-termo)
Vício por excesso
Covardia
Coragem
Temeridade
Insensibilidade
Temperança
Intemperança
Avareza
Liberalidade
Prodigalidade
Mesquinez
Magnificência
Vulgaridade
Pusilanimidade
Magnanimidade
Vaidade
Pacatez
Calma (Paciência)
Irascibilidade (fúria)
Falsa modéstia
Veracidade
Jactância
Rusticidade
Espirituosidade
Zombaria
Impudência
Modéstia
Acanhamento
veja também um quadro das virtudes e vícios em Slideplayer, slide 4
            A virtude da coragem não significa nada temer. Enquanto o covarde é aquele que tudo teme, o corajoso age com equilíbrio, de acordo com a prudência e a moderação (sophrosine). Desta forma, a coragem é uma justa medida entre a covardia e a temeridade (destemor). A temperança (qualidade ou virtude de quem é moderado, comedido), o equilíbrio entre a intemperança e insensibilidade. A liberalidade (qualidade ou condição daquele que é liberal, no sentido de generoso) uma justa media entre a prodigalidade (dar em grande quantidade, gastar em profusão) e a avareza. Todas essas virtudes devem ser praticadas pelo filósofo e pelos indivíduos de uma forma geral.
O que faz de Aristóteles um herdeiro legítimo da tradição pitagórica e platônica segundo a qual a sabedoria pode ser expressa na máxima: “nada em excesso”. E é nesta obra que Aristóteles propor uma classificação em especial de pelo menos doze virtudes (tal como vimos no quadro mais acima), a saber: coragem, temperança, liberalidade, magnificência, magnanimidade, ambição apropriada, paciência, veracidade, sagacidade, amabilidade, modéstia e justa indignação (ARISTÓTELES, 1987, principalmente Livros III e IV).

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