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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

16ª parte- Desabafo

No final da aula o tumulto de sempre, os alunos conversando, professores apressados, os pais se aglomerando em frente ao colégio para buscar os filhos, peruas esperando os alunos, mas algo estava diferente naquele dia, Daniel não estava no meio do “agito”, pelo contrário sentado sozinho no banco próximo à cantina esperando a Juliana, ele não estava a fim de conversar com os colegas. Mas logo perceberam que ele  estava “de bobeira”. A Bruna foi se aproximando, sentou-se ao lado dele e puxou conversa.
            - Oi Dani! O cumprimentou com um sorriso e com uma voz melosa.
            - Oi Bru! Respondeu de forma seca e sem querer conversar ou dar alguma chance para um papo.
            Ela percebeu que não conseguiria desencadear uma conversa, mas insistiu.
            - Como você está gatinho? Está acontecendo alguma coisa? Ela chegou mais perto, colocou a mão sobre a perna dele e tentou olhá-lo nos olhos. Mas foi em vão.
            - Nada! Respondeu virando o rosto e coçando a cabeça. Olhou para a direção de onde a Juliana poderia aparecer, mas não a viu.
            - Você pode confiar em mim Dani! A gente poderia sair mais tarde... o que você acha? Ainda insistindo na conversa.
            - Hoje não! Outra vez, respondeu secamente e sem olhar pra ela.
            - Ok! Não quer conversar, tudo bem. Ela se levantou, ficou brava. Nesse momento chegou a Juliana que sem pensar muito foi falando.
            - Vamos conversar Daniel! Bruna, você poderia nos dar licença, por favor!
            - Já estava saindo, não se preocupe. Ela foi embora empinando o tórax, com um ar de superioridade. Até porque ela era uma das meninas mais bonitas da escola, e sabia que chamava a atenção e ela usava e abusava dessa sua “qualidade”.
            - E aí, vai falar ou vai ficar olhando a Bruna ir embora...
            - Não estou olhando pra ela, estou olhando para a Maria. Ele suspirou, voltou o olhar para a Juliana, ela estava coçando a cabeça como quem diz: Vai falar ou não vai?
            - Ah ta, eu acredito que estava olhando pra Maria. O que você quer, Daniel?
            - É tanta coisa Ju. Em casa, com meu pai, com a igreja e eu acho que estou gostando da Maria, mas parece que ela ficou distante, mandei vários e-mails ela me respondeu um pouco grossa, tentei conversar com ela, mas senti que ela não queria falar comigo. Foi falando devagar, como alguém que vai contando um segredo aos poucos.
            - Você tem certeza que está gostando da Maria, Daniel? Pois se estiver, você precisa mudar algumas coisas. É claro que ela deve estar estranha com você, você se acha o lindo, sai com todas as meninas que te dão bola, no shopping a Bruna só falava de você e com certeza ela escutou tudo. Juliana já respondeu tudo rápido e sem enrolar.
            Ele ficou olhando pra ela, ficou em silencio por alguns segundos e resolveu falar o que estava deixando ele chateado, mas não era uma conversa humilde.
            - Em casa, está muito difícil, eu sei que fiz coisa errada, sabe. Mas fui pedir perdão pro meu pai, ele já achou que eu estava fazendo isso porque queria algo em troca.
            Daniel falava com toda a autoridade que tinha direito, cheio de razão, tentando convencer a Juliana dos muitos problemas pelos quais ele passava. Não conseguiu!
            - Eu não consigo entender, você não sabe o que quer e culpa os outros dos seus problemas.
            - Está tudo muito difícil, não sei o que fazer.
            - Não sabe o que fazer? O que é isso Daniel? Você que me ajudou a buscar a Deus nos momentos que eu mais precisava, estava insuportável a convivência em casa e quando eu fui conversar com você, qual foi a solução que me apresentou? Jesus! Você vai ficar aí se lamentando, deixando de conversar com seus amigos, fingindo ser uma pessoa que não é e não vai procurar a pessoa certa?
            Ela parou, respirou fundo e continuou:
            - Está na hora de decidir o que você quer, você sabe na teoria, que Jesus pode ajudar, mudar, mas você ainda não teve uma experiência com ele. Por que você resiste tanto? Não entendo, é bom para os outros, mas para você não. É isso?
            - O que foi? Eu quero conversar e não ouvir sermão. Poderia me ouvir um pouco? Daniel tentava se defender.
            - Ouvir o quê? Você se lamentando. Para com isso Daniel. Eu passei por uma experiência tão maravilhosa esse final de semana e você não estava lá, a pessoa que me levou até Jesus. E sabe por que você não estava lá, por pirraça, para atingir o seu pai. Porém, você está só se prejudicando.
            - Eu tenho raiva do meu pai, ele exige tudo e mais um pouco, preciso ser o filho exemplo. Desabafou.
            - Ah! Então é por isso que você faz exatamente ao contrário?
            - Posso continuar, eu posso falar? Disse alterando a voz.
            - Claro! Juliana deu de ombros.
            - É que eu queria que as coisas não fossem tão rígidas, que ele não pegasse tanto no meu pé. E eu também, nem sei se gosto de ir à igreja... Sei lá, eu quero sair com os meus amigos, toda vez preciso sair escondido, preciso inventar uma desculpa, contar uma mentira para ir para as baladas. Eu to cheio disso, me sinto mal mentindo para ele, mas eu não vejo alternativa.
            - É esse o problema. Tudo gira em torno de você, o que você pode ou não fazer, na verdade, Daniel, eu não tenho solução para os seus problemas. Estou falando do que vejo com base no pouco que aprendi. O que eu sei é que ir ou não a igreja não faz diferença nenhuma. A questão é uma vida diferente. Enquanto você fica pensando nas coisas que você deve ou não fazer, realmente é tudo muito chato, é religiosidade. Você sabe disso!
            - Eu tenho dúvidas em relação a isso.
            - Dúvidas? Daniel, você precisa se decidir.
            - Se eu mudar será que eu tenho chance com a Maria?
            - Tudo errado. Você não pode tomar uma decisão por causa de uma pessoa. Essa decisão é sua. E viver uma vida de mentiras só vai te levar ao desespero.
            Eles ficaram parados, olhando um para o outro, Juliana queria tanto que o amigo pudesse ver o que ele estava fazendo. Mas não sabia mais o que falar.
            - Você falou que passou por uma experiência legal esse final de semana. Foi com seus pais? Daniel quebrou o silêncio, mudando um pouco de assunto.
            - Foi Dani, estou muito feliz! Meus pais foram assistir à peça que nós apresentamos na praça esse final de semana, eles gostaram muito e no domingo foram à igreja comigo.
            - A Maria também foi?
            - Você sabe que ela foi Daniel... com certeza seus pais te falaram... lembra o ano passado, quando fui conversar com você? Em um ano vi uma mudança na minha vida e agora em toda a minha família.
            Daniel sorriu. Abraçou a amiga.
            - Muito obrigada Ju! Agora eu preciso ir pra casa, falei para o meu pai que só ficaria uma hora a mais na escola.
            - Tchau Dani, eu estarei orando por você!

            Juliana acreditava que por meio da oração muitas coisas poderiam se resolver. E logo depois que o Daniel foi embora, ela foi comer alguma coisa na cantina e foi estudar, pois teria que esperar até às cinco horas para ir embora.

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