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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

9ª parte - A intenção do coração deve ser correta

A intenção do coração deve ser correta

Pedido de desculpa?
           
            A primeira semana de aula da Maria na nova escola caminhou bem. Juliana manteve a rotina: computador, estudos, irmão mais novo e TV. Daniel continuava de castigo, algumas brigas, estudo e mandando e-mail para Maria. E ela estudando e sonhando com a viagem. E precisava estudar muito, pois chegou na escola bem na semana de provas, no final do primeiro bimestre, estava bem perdida, mas Juliana a ajudou muito.
            Na sexta-feira o clima na escola estava descontraído, nenhuma prova e os alunos estavam combinando de ir ao Shopping, tomar um lanche ou dar uma volta, ou assistir um filme. Todos estavam bem empolgados, até convidaram alguns professores para saírem juntos.
            Daniel era o mais animado para sair na sexta-feira à noite, mas sabia que teria que enfrentar o Pai para sair do castigo, ele iria apelar para a mãe, era uma saída. Ele queria ficar o tempo necessário para se divertir e é claro, conversar com a aluna nova.              Já a Juliana não poderia voltar tarde pra casa, pois no sábado de manhã tinha um compromisso com alguns amigos da igreja, eles iriam apresentar uma peça de teatro na praça. Ela convidou a turma toda para assistir, uns falaram que tinham outra programação, outros disseram que não sabiam se iriam e outros confirmaram presença.
            Maria estava alegre, pois essa seria a oportunidade de conhecer os colegas da classe fora da escola, ela poderia fazer novas amizades e se enturmar mais com a galera da sala de aula. Combinaram às sete horas na entrada principal do shopping.
Na frente da escola tinha algumas meninas combinando o que iriam usar, outras falando sobre os paqueras atuais e outros tentando arrumar carona para irem e voltarem do shopping, pois sem carona não teria negociação com os pais.
            É claro, sempre tem aqueles que não podem por diversos motivos, “ minha mãe não deixa” , “ não posso, tenho que estudar”, “estou sem grana” e assim vai. Mas parecia que dessa vez todos estavam bem empolgados e vamos dizer que 90% dos alunos do 2º ano do colégio Estudar estariam no shopping.
            Para Daniel essa seria a chance dele conversar com Maria, para Juliana uma ótima oportunidade de se aproximar de alguns e falar sobre seu maior tesouro, para Maria o lugar certo para fazer novas amizades.
            Esses três tinham motivos para sair sexta-feira à noite.
            Daniel foi para casa  e em todo o caminho veio pensando como falaria com o pai, almoçou primeiro e depois arriscou uma conversa. Além do shopping sexta, no sábado iria ter o aniversário da Ana e o pessoal iria aproveitar para comemorar. A situação não era nada boa para ele, mas tinha que arriscar. Então foi conversar com o pai na esperança de conseguir uma concessão ao castigo.
- Pai. Chamou-o meio desconfiado, até porque tinha ficado a semana toda sem conversar diretamente com ele, as poucas palavras que trocaram foram tudo bem, oi e mais nada.

 - Fala Daniel. O pai estranhou a aproximação do filho e esperou para saber o que ele queria.

- É... é que... Daniel não sabia como começar, estava com medo.

- Fala logo Daniel. Respondendo de forma irritada.
A mãe do Daniel, Ana Maria, estava na cozinha preparando um lanche para a família  e ouvindo a conversa do filho com o pai.
- É que eu queria pedir desculpas por aquele dia, da maneira como eu falei com você e tudo mais, eu estava pensando em outra coisa, me alterei um pouco. Falou meio sem graça, até porque ele sabia que iria pedir outra coisa em seguida e não sabia como o pai iria reagir ao pedido de desculpa, depois que soubesse que ele queria sair à noite.

- Está perdoado. Houve uma pequena pausa. Daniel ficou feliz, já estava quase saindo quando o pai começou  falar novamente.
- Mas está na hora de mudar algumas coisas em casa. Daniel olhou para o pai, pensando o que deveria mudar e até sentou na poltrona perto da cadeira dele.
Ana Maria saiu da cozinha enxugando as mãos em um guardanapo de pano e foi ouvir as mudanças que seriam propostas pelo Miguel.
- É o seguinte Daniel, a partir da próxima semana você vai ajudar na igreja, vai ajudar a concertar as coisas por lá, fazer serviço de banco, limpar e outras coisas que aparecerem por lá, você já vai fazer 17 anos e já está na hora de ter mais responsabilidades. Ele falava olhando para os papéis que estavam sobre a mesa.

- Mas, eu tenho que estudar pai. Contestou e ao mesmo tempo olhou para a mãe que estava em pé sem dizer uma palavra.

- Você vai trabalhar três vezes por semana e 3 horas por dia, não vai atrapalhar os seus estudos e dessa forma vou começar a te dar uma mesada. Pr. Miguel estava tranqüilo e já tinha planejado isso com a esposa que aprovou a idéia.

- Mesada! Isso animou ao Daniel, pois sempre que precisa de dinheiro tinha que pedir ao pai e a conversa era longa.
            Fez-se dois minutos de silêncio, até que o pai falou - Concorda? Daniel pensou o que poderia responder, ele queria muito sair à noite e sabia que se estragasse alguma coisa seus planos iriam desabar e respondeu.
- Tudo bem, eu aceito. Como se estivesse resolvendo a sua vida naquele momento.
- Que bom, começa na segunda-feira. Afirmou o pai que continuou olhando para os papeis.
            Daniel continuou sentando na poltrona ao lado do pai, por mais dois minutos, até que o pai se virou e perguntou:

- Tudo bem? Quer falar mais alguma coisa?

- Não, quero dizer, quero. É que todos da sala vão ao shopping hoje...

            O pai começou a entender o pedido de desculpas...
- E eu queria saber, se é possível, assim, se não tiver problemas, de sair do castigo e ir lá hoje?
            O pai ficou olhando para o Daniel e muito decepcionado, tirou os óculos, olhou bem para o filho, abaixou a cabeça, inspirou o ar profundamente, depois se levantou, foi até a cozinha, passou pela esposa, olhou para ela incrédulo e pegou um pouco de água, voltou e olhou para o filho que estava ansioso por uma resposta.

- Por alguns minutos eu fiquei orgulhoso de você, pensei que estava fazendo a coisa certa, mas não...

- Não, pai eu...

- Não me interrompa, só escute... O Senhor Miguel falou baixo e devagar e seu rosto ficou vermelho.
            Daniel percebeu que havia estragado tudo, ele ficou pensando na turma, no cinema, no lanche e na Maria. Tinha prometido para todos que iria, até tirou sarro daqueles que falaram que não iriam porque os pais não deixariam e agora não iria pelo mesmo motivo.

- ... você está de castigo Daniel, e você não escutou nada do que eu falei. O pai suspirou e falou uma última frase.

- Espero que você aprenda que pedir perdão não é pedir favor, é um arrependimento genuíno, verdadeiro e não somente para conseguir algo em troca. Terminou, e não falou mais nada, ficou olhando para o Daniel esperando alguma reação.

            Daniel se levantou olhou para o pai com raiva, depois para a mãe que ao se calar estava concordando com tudo e sem dizer nada foi para o quarto, bateu a porta o mais forte que podia e ficou lá, mudo, até sua mãe chegar. Depois de meia hora a mãe de Daniel foi até o quarto para conversar com ele.
            - Daniel. A mãe o chamou.
- Oi mãe. Abrindo a porta para ela entrar.
Ela entrou, deu uma olhada no quarto. – Precisamos arrumar essa bagunça, Daniel.
- Mãe, a senhora não veio aqui para falar da minha bagunça!
- Também. Não estou falando somente da bagunça do seu quarto Daniel, mas da bagunça da sua vida. O que está acontecendo? Você está brincando com Deus, com seu pai. Estou ficando...
- Mãe, chega! Se quiser me ouvir e me ajudar, tudo bem. Agora, se você veio para me aplicar um bonito sermão, sobre Deus, e etc. Não quero ouvir. Já tenho os meus problemas que são muitos. E pelo o que percebi você já sabia do plano do papai, pois se não soubesse teria falado alguma coisa na sala.
- Muitos problemas... ela balançou a cabeça, ela sabia que era hora de deixá-lo sozinho e saiu do quarto.
            Daniel ficou muito mal, nunca tinha falado assim com sua mãe, sabia que ela era uma pessoa sensata que sempre ouvia suas reclamações, mas dessa vez ela estava do lado do pai. Na verdade Daniel não conseguia ver os erros sucessivos que vinha cometendo ultimamente, ele se defendia o tempo todo e queria alguém do lado dele para apoiá-los nas decisões.
            No quarto ele ficou um tempão ouvindo música pelo MP3, depois foi para frente do computador, havia vários e-mails falando do passeio ao shopping, mas ele não queria ler nenhum deles. A única coisa que conseguiu escrever foi um twitter: que droga de vida.
Durante a semana tinha conversado bastante com a Maria por e-mail, ele falou sobre os colegas de classe, ela disse como era a escola onde estudava, ele contou sobre seus pais, mas omitiu a informação de que ele era pastor e ela contou sobre sua família.
            Uma das informações sobre a família de Daniel deixou Maria muito interessada, a irmã de Daniel estava nos Estados Unidos, estudando. Mas como esperado, não disse o que ela estava estudando.
            A irmã de Daniel, Mariana, estava estudando teologia, ela tinha aulas de dança, música e estudava muito a bíblia. Daniel sabia que a irmã tinha um dom para as artes. O irmão de Daniel era casado e então falou pouco sobre ele para Maria.

            Depois da desastrosa conversa com seu pai, e de conseguir ver os e-mails, percebeu que tinha recebido um e-mail da Maria e de mais 5 meninas que queriam conversar com ele e estavam perguntando se poderiam ter um tempo de bate-papo no shopping. Mas ele não respondeu nenhum.

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