Faz tempo que não faço uma reflexão profunda de tudo o que
está acontecendo na minha vida, o tempo toma conta do nosso tempo e as horas vão embora não deixando espaço
para pensar, imaginar, refletir, pensar e sonhar.
Mas me dei ao luxo de tirar alguns minutos para escrever o
que vem queimando em meu coração, e essa mensagem é para mim, se você gostar e quiser
adotá-la, fique livre, um texto é assim, podemos compartilhar, partilhar,
dissecar, multiplicar...
Desde muito pequena tive a plena convicção da brevidade da
vida, não tinha medo da morte e muito menos de mortos, entendia que nem eu, nem
ninguém poderíamos ser eternos e sabia que a qualquer momento ou eu ou as
pessoas a minha volta poderiam partir sem se despedir...
Não serei tola em afirmar que, por saber e entender isso,
não ficava angustiada... acho que a angústia em minha vida era até maior do que
nas outras pessoas, pois as pessoas ficavam alienadas quanto a este fato: a
morte. E por isso faziam tantas besteiras, tantos estragos!
Mas uma coisa aconteceu comigo, que hoje aos 33 anos me dou
conta e o Espírito Santo tem tratado o meu caráter: meus relacionamentos não
eram tão profundos, daqueles que você vai até o fundo da alma e está tão próximo
que a mudança da respiração é sentida em segundos. Eu amava as pessoas, eu as
tinha por perto, eu as ouvia, mas eu não deixava que me conhecessem. Como um
mar eu só permitia que chegassem ao raso, não deixava irem mais profundo, pois
não queria que se envolvessem ao ponto de sofrerem por mim.
Porém, por me mostrar assim, tão forte, ou tão sem
problemas, e por não me deixar ser conhecida, alguns me estraçalharam... me
destruíram... me fizeram chorar muitas noites, me magoaram profundamente com a
indiferença, com o abandono sem explicação...
Pensei comigo mesma, fiz tudo errado, quem eu amava e
considerava como “pessoas tão próximas”, nem ao menos se deram ao trabalho de
me explicar porque foram embora...
Eu revirei minha alma procurando respostas, eu fui atrás,
mas só piorou...
Então deixei de lado
e resolvi fazer outras coisas, dar novos rumos e hoje em uma simples conversa
com o meu Padrasto que recebeu o milagre da vida mais uma vez, pude perceber
que eu preciso deixar algumas pessoas chegarem no fundo do mar... mesmo sabendo
que elas irão embora, que vão me deixar e que a dor será muito maior assim...
mas se eu não deixar algumas pessoas conhecerem minha alma em profundidade não
terei vivido plenamente...
Talvez e só talvez doesse menos encarar a morte de pessoas
amadas se elas não se aprofundassem na minha alma... mas valeria a pena?
Vai doer, vou sofrer, sentirei saudades tão grande que
chegarei a chorar de soluçar, mas vou permitir que entrem, sentem-se, vivam,
comam, conheçam, vou permitir que me conheçam... Mais uma vez o amor incondicional
de Deus me surpreende e me transforma! É realmente um amor sem limites.
Dedico esta postagem ao meu marido que me conhece
profundamente... e as pessoas que deixarei que me conheçam, amigas, irmãs...